INFORMATIVO
BARBOSA NUNES
JOÃO PEDRO,
SINHÁ ANINHA E O MAÇOM EURÍPEDES BARSANULFO JUNQUEIRA
Artigo 98 do
Grão Mestre Barbosa Nunes publicado no Jornal Diário da Manhã, edição de 22 de
dezembro de 2012.
O artigo número 20, publicado em 12 de junho de 2011,
intitulado “Cláudio das Neves doou seu corpo a serviço da ciência”, foi
motivador para continuar escrevendo. A mensagem do conhecido escritor,
folclorista, autor de trovas e letras musicadas por artistas famosos, Waldomiro
Bariani Ortêncio, transmitiu-me: “continue escrevendo e fazendo história,
relembrando e fazendo relembrar o passado”.
Aproximando-me do artigo 100, este é o de numero 98, enfoco
uma história de família no seu conceito mais puro e significativo, que é o da
união e trabalho.
Na década de 20, João Pedro Junqueira, plantador de café na
região de Franca, onde nasceu, deixou seu ninho com a companheira “Ana”, que
veio ao mundo em Cristais Paulista, conhecida e chamada por “Sinhá Aninha” e
mais quatro filhos.
Chegou integrando um grupo de paulistas atraídos pelas boas
terras e cultura do café, indo inicialmente para a zona rural de Inhumas. Os
filhos, Sebastião, Nair, Maria e Benedito, foram acrescidos de mais quatro que
nasceram em Goiás nasceram Eurípedes Barsanulfo Junqueira, João, Zilá e
Carolina. Vivos hoje, Eurípedes e Benedito, este com 90 anos.
Aqui chegando, João Pedro Junqueira adoeceu e foi desenganado.
Procurou assistência espiritual e foi curado pelo médium Eurípedes Barsanulfo,
farmacêutico radicado na cidade de Sacramento, Minas Gerais. A partir daí
passou a ser praticante da Doutrina Espírita, dando o nome do seu mentor
espiritual, ao filho que nascera logo após sua cura, Eurípedes Barsanulfo
Junqueira.
Eurípedes foi alfabetizado no grupo escolar José Fernandes
Valente, distrito de Nerópolis. Cidade em que seu pai iniciou vida pública no
Cartório de Registro Civil e de Notas, também em cargo idêntico, na cidade de
Uruana, onde foi sepultado em 1957. Todas as nomeações de João Pedro Junqueira
foram feitas pelo governador Pedro Ludovico Teixeira, de quem era amigo.
Eurípedes Barsanulfo Junqueira lembra com muita emoção da
professora Maria Fleury Curado, esposa do coletor estadual de Nerópolis,
Orlando Augusto Fleury Curado. “Encanto de pessoa, dedicava muito carinho a
seus discípulos”. Lembra com muita saudade de sua paciência ao ensinar a
escrever com a mão direita, pois é canhoto.
Iniciou sua atividade política ainda muito jovem, militando
na política estudantil e liderando movimentos reivindicatórios no Colégio
Municipal de Anápolis, onde foi presidente do Grêmio Literário Castro Alves.
Fundou junto com seus colegas a biblioteca homenageando uma das mais ilustres
figuras humanas de Anápolis, João Luiz de Oliveira. Foi diretor do departamento
de água e esgoto e secretário municipal de Carlos de Pina.
Na sequência prestou seus serviços às administrações de Hely
Alves Ferreira, Jonas Duarte e Raul Balduíno de Souza. Foi diretor do Colégio
Estadual José Ludovico de Almeida, no governo de Mauro Borges Teixeira.
Em 1972 não teve êxito como candidato a prefeito de
Anápolis. Assumiu a Secretaria Estadual da Administração do Estado de Goiás no
governo de Leonino Caiado. Exerceu o cargo de prefeito municipal de Anápolis
por nomeação, à época, área de segurança nacional. Depois de um longo período
ausente voltou no governo Ary Ribeiro Valadão, assumindo a Procuradoria Geral
de Justiça. Encerrou sua vida política candidatando-se a Deputado Federal,
quando ficou na 3ª Suplência.
Na iniciativa privada e social, foi presidente do Sindicato
Rural de Anápolis, fundador e presidente da Cooperativa Agropecuária de
Anápolis e da Cooperativa de Crédito.
É titular há longos anos do 2° Cartório de Registro de
Títulos, Documentos e Protestos de Anápolis, com expediente diários.
Em 1960 Moacir Salles e José Roriz de Paiva, o levaram para
o Rotary Clube, onde permanece até hoje, exercendo o cargo de governador de
1993 a 1994.
Na maçonaria iniciou em 1958, na Loja “Lealdade e Justiça”.
Ocupou todos os cargos, chegando a ser Venerável por dois mandatos seguidos e
no Grande Oriente do Estado de Goiás, foi Grão-Mestre Estadual no período de
1979 a 1983. É portador da maior comenda que um maçom pode receber, Comenda D.
Pedro I, por direito concedida a maçom que ultrapassa 50 anos de atividade
ininterrupta e tenha prestado relevantes serviços à comunidade.
Lembra que seu pai João Pedro Junqueira, foi homenageado,
com o seu nome intitulando uma Loja Maçônica fundada em junho de 1982, “Loja
João Pedro Junqueira”, de Anápolis, grupo de maçons que representa na
Manchester Goiana, uma atividade social altamente ativa e de conceito
reconhecido, Loja que é presidida pelo Venerável Mestre Osmar Ferreira Maia.
Pelo doutor Brasil Xavier Nunes maçom e espírita praticante,
João Pedro Junqueira foi levado a doutor Brasil e Oscar Louzada, iniciando sua
vida maçônica na Loja “Lealdade e Justiça”, em 1941.
Diz que em sua juventude observava a convivência dos maçons,
sempre com muita amizade e fraternidade. A vida de Eurípedes Barsanulfo
Junqueira deveria ser contada em um livro, aqui sintetizamos em alguns pontos.
Pelo Rotary e pela maçonaria esteve em vários países.
Pessoas que muito o impressionaram. Luiz Caiado de Godói, Waldemar Borges de
Almeida, Moacir Salles, José de Lima Júnior, Henrique Maurício Fanstone.
Conheceu e dialogou no Brasil, Américas, Europa, Ásia e
África, com os mais diversos representantes e dirigentes do Rotary Clube
Internacional, como Viriato Correia da Costa, Roberto Barth, Bill Hunttley,
Herbert G Brawn, Luis Vicente Giay, Glen W Kinross, James Lacy, Carlo Ravizza,
Frank Devlyn, Richard King, Bhichai Rattakul, Jonathan Majiyabe, Glenn Estess
Sr., Carl-Wihelm Stenhammar, Willian Boyd, Wilfrid Wilkinson, Dong Kurn Lee,
John Kenny, Ray Klinginsmith, Kalyan Banerjee.
Sobre seus amigos Jair Assis Ribeiro, Moacir Salles e Rubens
Carneiro, declara: “Foram sóis que iluminaram meu caminho na maçonaria, meus
guias, meus lideres e meus orientadores, irmãos e amigos de verdade”.
Entre os homens públicos que conheceu e com quem conversou
destaca como figuras do maior relevo Juscelino Kubitschek, Israel Pinheiro,
Bernardo Sayão e Hernesto Silva.
De olhar solto e descontraído, solta a voz mansa e pacífica,
resignado expressa: “O meu tempo, já bem longo, registra várias fases do
calendário da minha vida, inúmeras destacadas no meu coração, junto com meus
filhos Dênis, Eurípedes Júnior, Eugênio (in memória), Frederico e Vitor Augusto”.
Considera-se realizado aos 79 anos de idade, pois nasceu em 20 de dezembro de
1934. Na sua alma estão marcadas inesquecivelmente suas maiores tristezas.
Perda do seu pai, João Pedro Junqueira, em 1957 e seu de filho Eugênio.
Tristezas suplantadas pela maior alegria da sua vida, quando
casou-se Geny Dias Junqueira.
Para a família sinaliza a necessidade de manter acesos os
sentimentos cristãos, com fé e esperança nos dias que virão, para que o
horizonte da juventude seja o mais amplo possível, pois do seu progresso e do
seu aperfeiçoamento depende o sucesso futuro da sociedade.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia
aposentado, professor e Grão Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de
Goiás –