quarta-feira, 28 de novembro de 2012

  INFORMATIVO BARBOSA NUNES
COMENDA JAIR ASSIS RIBEIRO É NACIONALIZADA

Artigo 94 do Grão Mestre Barbosa Nunes publicado no Jornal Diário da Manhã, edição de 24 de novembro de 2012.

Dos 34 anos de minha vida dedicados à maçonaria goiana e brasileira, a maior emoção sentida foi a de receber o Título de Membro Honorário da Loja Maçônica “Comércio e Artes” n° 0001, Primaz do Brasil, fundada em 15 de novembro de 1815, berço da Independência.
A proposição foi do médico carioca e companheiro de longa data do “Programa Maçonaria a Favor da Vida – Contra as Drogas”, maçom Robinson Botelho, aprovada por unanimidade do quadro, recebida por mim no dia 26 de setembro de 2011, encontrando-me acompanhado de mais 64 maçons goianos, em sessão presidida pelo Venerável Abramo Scarlato, acontecida no tombado marco histórico da maçonaria brasileira, Palácio do Lavradio.
Retornei agora no dia 19 de novembro, participando da comemoração dos seus 197 anos, com os preparativos já em andamento, para a marca de 200 anos. Fomos recebidos, Marcos José da Silva e eu, por mais de 80 integrantes da maçonaria fluminense, quando a Comenda “Jair Assis Ribeiro”, criada em Goiás, foi nacionalizada e solenemente entregue pelo Grão-Mestre Geral, aos integrantes da Loja “Comércio e Artes”, na pessoa do Venerável Abramo Scarlato.     
Momento da entrega da Comenda do Mérito Maçônico Jair Assis Ribeiro



Fiquei muito emocionado, mas também realizado, pois naquele momento entrelaçavam-se “Gonçalves Ledo e Jair Assis Ribeiro”, em minha opinião os dois maiores vultos do Grande Oriente do Brasil.
Tive a honra de servir à administração, como Conselheiro Federal e ministro do Supremo Tribunal Federal Maçonico e conviver com o mais importante maçom do século XX, grande construtor material da maçonaria goiana e brasileira, Jair Assis Ribeiro. Mais ainda, grande construtor espiritual que irradiou paz, fraternidade e harmonia. Grande homem. Merece todas as homenagens. O seu nome está gravado no título da sede do Grande Oriente do Brasil, em Brasília, como Palácio Jair Assis Ribeiro, proposta do Deputado Federal Maçônico Vandryl de Assis Oliveira e sancionada pelo atual Grão-Mestre Geral, Marcos José da Silva.
A Loja “Comércio e Artes” 0001, foi local de planos e decisões, com a participação de Gonçalves Ledo, maçom liberal e dotado de forte patriotismo. Contou com as camadas populares urbanas, buscando não só a Independência, mas também a democratização da sociedade brasileira. Gonçalves Ledo foi líder incontestável da maçonaria, exercendo enorme prestígio perante a opinião pública através da imprensa. Iniciado na maçonaria em Portugal, regressou ao Brasil trazendo no bolso um diploma de maçom e no cérebro a ideia de liberdade, igualdade e fraternidade, materializada na organização e fundação da Loja “Comércio e Artes”, centro da propaganda liberal do Brasil.
Aqui no Diário da Manhã, Opinião Pública, único espaço da imprensa brasileira que disponibiliza caderno para que o povo se manifeste, e eu o faço com satisfação, mas com muita responsabilidade e respeito, integrado nos conceitos que emito. Em 25 de agosto de 2012, escrevi o artigo “Gonçalves Ledo: um injustiçado”. A verdade é que ele foi o grande articulador do movimento de Independência do Brasil, embora a história registre José Bonifácio de Andrada e Silva como “Patriarca da Independência”.
A lápide de mármore exposta no portal de entrada do Palácio do Lavradio, registra:
“Fundada em 15 de novembro de 1815 sob os auspícios do Grande Oriente de Portugal, a Loja “COMÉRCIO E ARTES” teve seus trabalhos interrompidos em virtude das perseguições desencadeadas por motivo das revoluções de 1817 em Portugal e Pernambuco, tida como obra dos pedreiros livres que, nessa ocasião, em um como outro reino, pagaram forte tributo de sangue. Reavivados os seus trabalhos em 4 de novembro de 1821, tornou-se o centro do esforço patriótico em favor da emancipação política de nossa pátria. CÉLULA MÁTER DA MAÇONARIA BRASILEIRA, do seu corpo se formaram por cissiparidade as duas outras Lojas Metropolitanas, “União e Tranquilidade” e “Esperança de Nictheroy", em 21 de junho de 1822, para a constituição do Grande Oriente do Brasil.
E, ao comemorar os seus cem anos de sua gloriosa existência, mandaram a sua administração gravar nessa lápide em rápidos traços as principais etapas de sua vida para edificação dos contemporâneos e memória aos pósteros em 15 de novembro de 1922.
Reinaugurada a Lápide de Fundação da Loja “Comércio e Artes” – Primaz do Brasil n° 0001 do Grande Oriente do Brasil, no Palácio Maçônico do Rio de Janeiro, Rua do Lavradio, 97, em 29 de abril 1984, na gestão do Grão-Mestre Geral, Irmão Jair Assis Ribeiro e Venerável Mestre, Irmão Armando Monteiro Pires”.
O Orador da sessão de 19 de novembro deste ano, Fábio Santoro, muito bem se expressou em pesquisa histórica sobre Gonçalves Ledo e “O Dia do Fico”.
Minha gratidão a todos que me receberam no Rio de Janeiro, com atenção especial de Harley Correia, Alberto Coelho, Marcelo Hollanda, Marcos Acildo, Ricardo Moreira e Aníbal Ayalla. A maçonaria goiana está honrada em ter a memória de Jair Assis Ribeiro perpetuada, passando a ser integrante de uma história iniciada em 15 de novembro de 1815, estando ao lado de um intelectual, jornalista, político e vibrante, Joaquim Gonçalves Ledo.
Gonçalves Ledo nascido em 11 de agosto de 1781 na cidade do Rio de Janeiro, faleceu na cidade de Sumidouro, interior do mesmo estado em 19 de maio de 1847.
Jair Assis Ribeiro, nasceu em Estrela do Sul, Minas Gerais, em 21 de dezembro de 1926 e faleceu em Goiânia em 1° de agosto de 2008, iniciado na Loja “Capitular União Araguarina”, de Araguari, Minas Gerais, em 31 de maio de 1949. 
Duas vidas em séculos diferentes, mas vividas pelo bem da humanidade.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás.


Informativo GOEG- Ir.: Barbosa Nunes
Postado pelo Ir.: Cicero Carvalho

Nenhum comentário: